Quando eu era mais nova, não sonhava com o casamento. E quando digo casamento, me refiro a casar de véu e grinalda ao som da marcha nupcial. Nunca sonhei com uma cerimônia nos moldes tradicionais, tanto que quando chegou a minha hora, não fiz assim.
Meu sonho mesmo era encontrar alguém pra dividir a vida. Dividir a vida até o final.
Como meus pais fizeram...
Hoje, dia 20 de março, meus pais celebrariam 38 anos de casamento. E, para mim, eles sempre foram exemplo de união, companheirismo, comprometimento, cumplicidade e amor.
Naquele dia de começo de outono, a baiana séria, sempre na dela, discreta e de poucas palavras se unia ao português simpático, gentil e passional. E apesar de todas as diferenças e das dificuldades, ficaram juntos até o final.
Quando eu observava meu pai e o jeito com que ele tratava minha mãe, especialmente nos últimos anos, eu só pensava que gostaria de alguém que cuidasse de mim com o mesmo zelo e dedicação. Às vezes, me emocionava ao ver meu pai aprendendo a cozinhar porque minha mãe tinha perdido o movimento das mãos, por exemplo.
Mamãe não está mais no meio da gente. Há dois meses, ela partiu e nos deixou aqui com essa saudade doída e agoniada.
E hoje, que costumava ser um dia feliz e de comemoração, é um dia triste e pesado.
Até o ano passado, eu ligava para parabenizá-los. Hoje, ligarei para consolar meu pai, que perdeu a mulher que ele amava...
quinta-feira, 20 de março de 2014
domingo, 19 de janeiro de 2014
Memories...
Eu pedia pra brincar de sessão de cinema, vc fazia pipoca e fechava as cortinas pra eu assistir a filmes do Jerry Lewis acompanhada dos meus bonecos e bichinhos de pelúcia, que lotavam a sala.
Você não se importava que eu pegasse todas as cadeiras da sala e colocasse no quintal enfileiradas pra que eu brincasse de comissária de bordo.
Você fazia suspiro toda vez que eu pedia e não se importava que eu metesse o dedo na massa e passasse nos lábios pra fingir que estava de batom branco.
Você deixava eu lamber a massa de bolo toda vez.
Você era destemida e levava a gente pra todo canto de ônibus mesmo; duas crianças pequenas, um monte de bolsa e lá íamos nós. Era tão bom... E levava a gente pra ver todos os filmes que estavam em cartaz.
Você acompanhava a gente nas apresentações de ballet e jazz e ficava babando como se fôssemos as primeiras bailarinas do Municipal.
Você colocava a gente pra tomar banho de picina ao som de música clássica.
Você cantava e dançava ao som de Beatles, Dire Straits, etc, enquanto cozinhava ou lavava louça.
Você curtia Guns n'Roses comigo e nunca me reprimiu ou torceu o nariz quando eu comecei a ouvir Metal, pelo contrário, vc entrou no meu mundo e muitas vezes te vi cantarolar músicas do Sepultura enquanto eu ouvia.
Você assisitia Chaves comigo e gargalhava junto.
Você fazia a melhor trança nos meus cabelos de todas.
Às vezes os conflitos e os atritos são tantos que as boas lembranças da infância ficam esquecidas em algum lugar no tempo...
É, mãe, nós duas tivemos nossa cota de brigas, mágoas e aborrecimentos... Morávamos juntas e mesmo assim, era como se estivéssemos separadas...
Precisei sair de casa pra que a gente se entendesse. E que bom! Nos entendemos!
Nesses mais de 3 anos fora de casa, pude sentir todo o amor que você tinha por mim. Pude ver que era real, forte e inigualável. Pude comprovar que por mim você seria capaz de brigar com unhas e dentes, e que me defenderia contra todos, mesmo que eu tivesse feito algo fora de seu agrado...
Só posso agradecer por ter tido a chance de me reconciliar contigo ainda aqui. De poder ter te dito tantas vezes o quanto eu te amava e sempre amei, apesar de todas as nossas diferenças... Por termos vivido intensamente nosso amor de mãe e filha.
Como dói saber que não vou mais vê-la, não vou mais conversar com você, te dar beijos e abraços...
No último dia em que nos vimos, você me deu um abraço tão apertado e gostoso... Parecia mesmo que estava se despedindo de mim...
Quero guardar seu último abraço para sempre no meu coração, quero guardar o som da sua voz tão linda e que cantava tão bem, quero guardar o seu sorriso e o seu carinho...
Que saudade, mãe... Os dias têm sido muito difíceis sem você, parece que tudo é um pesadelo... Quero acreditar no que os amigos dizem, que você estará sempre olhando por mim e me protegendo... Mas dói demais a sua ausência...
Você foi uma mulher muito amada, pelo papai que foi um marido apaixonado, por mim e minha irmã, mesmo dentro das nossas imperfeições, e por seus netinhos lindos que você tanto ajudou a cuidar...
Espero que a senhora continue cuidando de mim, me protegendo de todo o mal e que um dia, quando eu tiver meus filhos, você possa amá-los mesmo daí do céu e que me ajude a ser uma boa mãe.
A dor é muita mesmo!
Tenho fé que um dia a dor amenize e que fiquem apenas as boas lembranças e a saudade...
Te amo para sempre, mãe!
Você não se importava que eu pegasse todas as cadeiras da sala e colocasse no quintal enfileiradas pra que eu brincasse de comissária de bordo.
Você fazia suspiro toda vez que eu pedia e não se importava que eu metesse o dedo na massa e passasse nos lábios pra fingir que estava de batom branco.
Você deixava eu lamber a massa de bolo toda vez.
Você era destemida e levava a gente pra todo canto de ônibus mesmo; duas crianças pequenas, um monte de bolsa e lá íamos nós. Era tão bom... E levava a gente pra ver todos os filmes que estavam em cartaz.
Você acompanhava a gente nas apresentações de ballet e jazz e ficava babando como se fôssemos as primeiras bailarinas do Municipal.
Você colocava a gente pra tomar banho de picina ao som de música clássica.
Você cantava e dançava ao som de Beatles, Dire Straits, etc, enquanto cozinhava ou lavava louça.
Você curtia Guns n'Roses comigo e nunca me reprimiu ou torceu o nariz quando eu comecei a ouvir Metal, pelo contrário, vc entrou no meu mundo e muitas vezes te vi cantarolar músicas do Sepultura enquanto eu ouvia.
Você assisitia Chaves comigo e gargalhava junto.
Você fazia a melhor trança nos meus cabelos de todas.
Às vezes os conflitos e os atritos são tantos que as boas lembranças da infância ficam esquecidas em algum lugar no tempo...
É, mãe, nós duas tivemos nossa cota de brigas, mágoas e aborrecimentos... Morávamos juntas e mesmo assim, era como se estivéssemos separadas...
Precisei sair de casa pra que a gente se entendesse. E que bom! Nos entendemos!
Nesses mais de 3 anos fora de casa, pude sentir todo o amor que você tinha por mim. Pude ver que era real, forte e inigualável. Pude comprovar que por mim você seria capaz de brigar com unhas e dentes, e que me defenderia contra todos, mesmo que eu tivesse feito algo fora de seu agrado...
Só posso agradecer por ter tido a chance de me reconciliar contigo ainda aqui. De poder ter te dito tantas vezes o quanto eu te amava e sempre amei, apesar de todas as nossas diferenças... Por termos vivido intensamente nosso amor de mãe e filha.
Como dói saber que não vou mais vê-la, não vou mais conversar com você, te dar beijos e abraços...
No último dia em que nos vimos, você me deu um abraço tão apertado e gostoso... Parecia mesmo que estava se despedindo de mim...
Quero guardar seu último abraço para sempre no meu coração, quero guardar o som da sua voz tão linda e que cantava tão bem, quero guardar o seu sorriso e o seu carinho...
Que saudade, mãe... Os dias têm sido muito difíceis sem você, parece que tudo é um pesadelo... Quero acreditar no que os amigos dizem, que você estará sempre olhando por mim e me protegendo... Mas dói demais a sua ausência...
Você foi uma mulher muito amada, pelo papai que foi um marido apaixonado, por mim e minha irmã, mesmo dentro das nossas imperfeições, e por seus netinhos lindos que você tanto ajudou a cuidar...
Espero que a senhora continue cuidando de mim, me protegendo de todo o mal e que um dia, quando eu tiver meus filhos, você possa amá-los mesmo daí do céu e que me ajude a ser uma boa mãe.
A dor é muita mesmo!
Tenho fé que um dia a dor amenize e que fiquem apenas as boas lembranças e a saudade...
Te amo para sempre, mãe!
Postado por
Rosele
às
11:38
sábado, 17 de agosto de 2013
Saga do Homem-Aranha ou A Arte de Atrair Loucos - Parte 2
Ótima exposição! Ainda bem que consegui ir na última semana, senão teria perdido algo grandioso.
Meu amigo me fez companhia, tive com quem comentar cada obra.
Ao mesmo tempo ouvir as histórias de seu namoro feliz só me fez lembrar do quanto sou só. Sabe aquelas histórias daqueles casais perfeitos, praticamente saídos de um filme boboca de comédia romântica americana? É, isso mesmo! Irritante quando se está na secura, não é?
Acabada a exposição, hora de dar minha aula. Fui me arrastando, deprimida, querendo chorar, me sentindo o cocô do cavalo do bandido. Mas como todo professor é meio ator também, eu soube disfarçar, vestir aquele meu sorriso pedagógico incapaz de deixar escapar qualquer emoção humana.
É hora de ir pra casa "chorar, curtir uma fossa"_pensei.
Entro no ônibus e me condeno mais uma vez por não conseguir ler em nenhum veículo. Sou obrigada a enfrentar a longa viagem num imenso tédio. Fazer o quê?
Dez minutos de trajeto. Lá estou eu. Olhando pela janela.
Quando o ônibus para num ponto qualquer.
Observo rapidamente as pessoas a esperar por seus retornos pra casa. Me deparo com um ser simpático vestindo terno e gravata. Não! Não gosto de homens engravatados! Mas a gravata que ele usava era do Pato Donald!
"Ele vai entrar nesse ônibus e vai sentar do meu lado, tenho certeza, tenho certeza!"_pensava fixamente.
Batata! Sentou do meu lado. Sabia!
Fiquei toda animadinha. Gastei mais alguns minutos tentando criar maneiras de puxar assunto.
Ventava muito.
"Você se incomoda que eu feche um pouco a janela?"_perguntei.
"De forma alguma!"_ele respondeu.
"Nossa! Ele disse "de forma alguma", que educadinho!"_dizia para meus botões.
E mais nada.
É, acho que daí não sai mais nada! Não me vem nenhuma ideia e ele me parece um bicho do mato. Well, nevermind.
Mais 30 minutos no chove não molha.
Quando, de repente, tudo para. "Putz, não acredito! Engarrafamento a essa hora? Droga!"
Olho pela janela e não vejo nenhum engarrafamento.
"Caramba! O que será que está acontecendo? Que saco!"_penso alto.
"Deve ser alguma confusão. Parece que é ali naquela delegacia, olha só"_ele responde.
"Ah, o rapaz se comunicou, não é? Vou usar isso a meu favor!"_arquitetava um plano "maligno", afinal de contas, teria que achar algo de positivo em ficar parada no mesmo lugar por mais de não sei quantos minutos.
Essa foi a deixa. A conversa depois comeu solta.
"Será que foi assalto?", "Tomara que não comece o tiroteio!", "Tenho uma tradução pra entregar", "Tô morrendo de fome", "Você faz o quê?", "Sou advogado", "Ah, imaginei, você tá de terno...", "Sou professora de inglês", "Qual o seu nome?", "Quantos anos você tem?" "23, 27", "Blá, blá, blá...", "Vai saltar aonde?", "Você tem e-mail?"
No dia seguinte, lá estava um e-mail na minha caixa postal. Falando como tinha sido legal me conhecer etc e tal. Começamos a trocar mensagens eletrônicas, depois telefonemas.
Conversávamos sobre música, filmes de terror, essas coisas...
Quando ele me falou sobre sua família, senti um gelo na espinha, afinal de contas ele era filho único de mãe solteira e isso não costuma dar em boa coisa. Não é preconceito, é constatação! De qualquer forma, não deixei que isso me impedisse de fazer nada.
Depois de muita conversa fiada, decidimos finalmente marcar algo de fato. Cinema.
O primeiro Homem-Aranha tinha acabado de estrear e, como ambos gostávamos de super-heróis, não poderia haver melhor escolha.
Era um sábado chuvoso. Muito chuvoso.
Todas as minhas amigas iriam para a Lapa, como sempre fazíamos. Eu iria ao cinema. Acompanhada. Oba!
Ele não tinha carro, nem eu. Decidimos nos encontrar no ponto do ônibus que ia para a Barra da Tijuca, onde ficava o cinema.
Estava toda arrumada. Do meu jeito, mas toda “nos trinques”, como dizia minha avó.
A gente deve caprichar no primeiro encontro, pelo menos pra causar uma bela impressão, é o que sempre achei.
Por acaso encontrei a turma da boêmia na rua quando rumava ao meu encontro. Todos elogiavam e eu estava toda empolgada, animadíssima.
E eis que ao chegar ao ponto, vejo um ser totalmente diferente do que tinha visto no ônibus. Ele vestia uma camisa cor de goiaba com as mangas longas dobradas até a altura dos cotovelos “desde Miami Vice não via isso” _ pensei, calça comprida de cor estranha que não sei definir e um par de tênis pra lá de esquisitos. Tive a nítida impressão de que ele havia sido vestido pela avó. Sem brincadeira. E eu lá toda estilosa.
Humpf!
Me deu vontade de inventar que estava com dor de barriga e dar meia volta, mas achei que estava sendo muito crítica com o rapaz e decidi dar um chance. Quem sabe isso seria o único problema, não é?
Entramos no ônibus. Sentamos. Começamos a jogar conversa fora.
O ônibus dá uma freada mais brusca e seguro o ferro do assento. Ele olha pras minhas mãos: “Nossa! Você tem mãos muito bonitas”.
"Ah, obrigado"_respondi.
"E você fez as unhas, pois quando nos conhecemos também tinha observado suas mãos e as tinha achado bonitas, mas as unhas não estavam cuticuladas!"
"Hum"_respondi. "Como assim, um homem dizer cuticuladas?????"_pensei.
"Sabe, a minha mãe também faz as minhas unhas!"_ele disse.
"Sério?"_indaguei, quase gargalhando. "Mas hein?"_pensei, enquanto imaginava todas as outras coisas que a mãe dele deveria fazer com ele e para ele. Argh!
De repente, ele começa a mexer no bolso da camisa, tentando tirar algo de dentro dele. Imaginei: bala, chiclete, amendoim, moeda e uma série de coisas.
Como um mágico, ele tira um saco plástico de mercado do bolso e enfia nele os guarda-chuvas, que estavam encharcados.
"Pra quê o saco?"_questionei.
"Nossos guarda-chuvas estão molhados e vão ficar pingando na gente."
"Ah, tá."_tive preguiça de argumentar.
Daí em diante, eu não conseguia pensar em mais nada além de "como eu faço pra convencê-lo a tirar os guarda-chuvas do saco?". Eu não podia suportar a ideia de entrar no cinema com um homem vestido a la Miami Vice carregando um saco de mercado com dois guarda-chuvas encharcados cheirando a mofo. Não podia!
Por mais de cinco minutos ele falava, falava, mas eu nada ouvia. Parecia até a professora do Charlie Brown: "Bláblábláblá..."
Tive um insight, inspiração divina: "Olha só, a chuva já parou. Você não acha melhor tirar os guarda-chuvas do saco pra que eles possam secar ao vento? A janela está aberta!"
"Poxa, ótima ideia!"_ele dizia, celebrando de maneira boboca, com o punho cerrado.
Mas pelo menos tirou os guarda-chuvas do saco. Graças a Deus!
Nesse momento eu já estava arrependida de ter topado sair com ele e só pensava nas tantas outras coisas que eu poderia estar fazendo naquele exato momento que seriam mais divertidas que isso. Tais como: bingo beneficiente, almoço dançante, final de campeonato de xadrex, etc, etc e etc.
Depois de mais alguns minutos, chegamos ao cinema e fomos direto pra fila comprar os ingressos. "Espero que ele pague, afinal de contas é o mínimo que ele pode fazer pra amenizar essa situação."_pensava enquanto fingia que não achava a carteira dentro da bolsa, procurando, procurando...
"Deixa que eu pago!"_falou.
"Uhum!"_disse. "Oba!"_pensei.
Depois dos ingressos pagos, fomos pra fila da sala do cinema. Acho que na nossa frente só havia 3 ou 4 pessoas. Estávamos muito bem posicionados.
Daí, comecei a sentir um frio na espinha ao imaginar que ele poderia tentar me beijar no cinema. Decidi usar uma tática que na época me era muito comum: falar mal de mim mesma. Tudo que ele perguntava eu respondia de forma a me depreciar. Disse que tinha problemas com bebida, cigarro, drogas e por aí vai. E pra tudo que eu dizia, ele respondia: "Jura? Nossa, você é realmente diferente de tudo que eu já vi, muito bom ter conhecido você e blá, blá, blá."
Quando a sala foi liberada e as pessoas começaram a entrar, qual não foi o meu espanto ao ver aquele ser correndo alucinado na frente, me deixando pra trás, sem dó nem piedade. Eu andava até mais devagar de tão pasma que estava, não conseguia acreditar no que via.
Ele lá em cima e eu ainda me direcionando à escada rolante. Quando vi essa cena, comecei a gargalhar, surreal demais pra minha cabeça... Quando ele ouviu as minhas risadas, parou e se mancou do que estava fazendo, me esperando.
"Ah, desculpa, é que eu queria sentar no melhor lugar da sala, afinal de contas, é o Homem-Aranha!"_com aquela cara de quem estava dando uma desculpa esfarrapada.
"Melhor lugar é algo bem relativo, você não acha?"_o coitado nem percebeu a ironia na minha resposta.
A sala do cinema nem estava tão cheia, mas quando entramos ele fez um bico enorme e disse: "Droga! Agora meu lugar já está ocupado!"
"Bom, eu vou sentar aqui, se quiser, pode sentar em outro lugar!"_naquela altura do campeonato eu já estava perdendo o bom-humor.
Mais uma vez, ele tardiamente se mancou e se sentou bem calminho do meu lado.
"Olha, eu ouvi falar que vão passar o trailer do Hulk, se passar de fato, não vou aguentar, eu vou gritar!"_ele disse, ao mesmo tempo que, extremamente excitado, se sacudia na cadeira.
"Se você gritar, acho bom você gritar olhando pra lá, pra não gritar no meu ouvido!"_engrossei.
"Eu só disse por dizer..."_todo constrangido da besteira que tinha falado.
Aí, o bicho pegou. Ele começou com aquele papinho meio romântico, pegou na minha mão: "Nossa! Você não faz ideia do quanto foi bom conhecer você, uma pessoa assim, assim, assado..." e começou a destrinchar uma série de elogios à minha pessoa.
E eu só pensava: "Ferrou, ferrou, ferrou!!!! Ele vai tentar me beijar! PQP!"
Quando de repente, surtei e gritei: PIPOCA!
"O quê?"_não entendendo nada.
"Pipoca! Vou comprar pipoca!" e saí desembestada, suando frio.
Voltei com o maior saco de pipoca que vi no meu caminho, mega-ultra-giga-gama-pipocão e um guaraná tamanho jumbo! Tinha que manter minha boca entupida durante duas horas, compreensível, não?
"Caramba, que pipocão!"
"É, eu a-d-o-r-o pipoca!"_cinicamente respondi.
Durante os trailers, ele continuou a tecer seu rosário de elogios. Tentava pegar na minha mão e tudo o mais. Só que agora eu já estava prevenida e sempre respondia com a boca lotada de pipoca: "Obrigada!". Contrariando tudo o que as mães ensinam pra gente a vida inteira, lá estava eu falando com a boca cheia. Cheia não! Minha boca mais parecia o metrô na hora do rush de tanta pipoca!
Apagaram-se as luzes e finalmente o filme começou.
Sussurrei pra ele: "Bom filme pra você!". Era minha maneira de dizer: "Por favor, não fale comigo pelas próximas duas horas da minha vida!"
Quando a sessão acabou, nem sabia direito o que falar pra criatura que ali estava.
Saindo da sala de exibição, passamos por uma cervejaria. "Você gosta de cerveja?"_ele perguntou. "Mais ou menos, gosto mesmo é de vinho!"_respondi, forçando simpatia.
"Ah, é? Poxa, de vez em quando minha mãe abre uma garrafa de vinho e nós dois bebemos inteirinha!"_ele contava animado. "Uhum!" _ respondi. "Meu Deus do Céu! O que mais que essa mãe deve fazer com esse cidadão?"_me perguntei, um tanto quanto enojada pelas coisas horrendas que minha imaginação projetava. Eca!
Por educação e sem o mínimo ânimo, perguntei ao rapaz: "Você vai querer comer alguma coisa?", "Ah, não, já são sete e meia da noite e eu não avisei à minha mãe que ia chegar tarde em casa. É perigoso!"
"Caraca! Um homem de 27 anos tem hora pra chegar em casa?"_fiquei chocada.
E de novo os pensamentos nojentos dele com a mãe tomaram conta da minha mente. Socorro!
Voltamos pra casa e ele me deixou no portão.
Entrei e fiquei zapeando pelos canais da TV. Depois de horas, minha irmã chegando da bagunça, perguntou: "E aí, como foi o encontro?"
Ao que respondi: "Ih, é uma longa história, depois te conto."
Fui dormir rindo de mim mesma e da situação esdrúxula que tinha acabado de vivenciar.
No dia seguinte, um e-mail da criatura: "Sei que fui uma péssima companhia, gostaria que você pudesse me dar uma chance pra me redimir."
Nem respondi. Nunca gostei de perder tempo.
O mais triste de tudo isso é que fiquei zangada com o Homem-Aranha por um bom tempo. Não me pergunte porquê.
Essas coisas só acontecem comigo.
Meu amigo me fez companhia, tive com quem comentar cada obra.
Ao mesmo tempo ouvir as histórias de seu namoro feliz só me fez lembrar do quanto sou só. Sabe aquelas histórias daqueles casais perfeitos, praticamente saídos de um filme boboca de comédia romântica americana? É, isso mesmo! Irritante quando se está na secura, não é?
Acabada a exposição, hora de dar minha aula. Fui me arrastando, deprimida, querendo chorar, me sentindo o cocô do cavalo do bandido. Mas como todo professor é meio ator também, eu soube disfarçar, vestir aquele meu sorriso pedagógico incapaz de deixar escapar qualquer emoção humana.
É hora de ir pra casa "chorar, curtir uma fossa"_pensei.
Entro no ônibus e me condeno mais uma vez por não conseguir ler em nenhum veículo. Sou obrigada a enfrentar a longa viagem num imenso tédio. Fazer o quê?
Dez minutos de trajeto. Lá estou eu. Olhando pela janela.
Quando o ônibus para num ponto qualquer.
Observo rapidamente as pessoas a esperar por seus retornos pra casa. Me deparo com um ser simpático vestindo terno e gravata. Não! Não gosto de homens engravatados! Mas a gravata que ele usava era do Pato Donald!
"Ele vai entrar nesse ônibus e vai sentar do meu lado, tenho certeza, tenho certeza!"_pensava fixamente.
Batata! Sentou do meu lado. Sabia!
Fiquei toda animadinha. Gastei mais alguns minutos tentando criar maneiras de puxar assunto.
Ventava muito.
"Você se incomoda que eu feche um pouco a janela?"_perguntei.
"De forma alguma!"_ele respondeu.
"Nossa! Ele disse "de forma alguma", que educadinho!"_dizia para meus botões.
E mais nada.
É, acho que daí não sai mais nada! Não me vem nenhuma ideia e ele me parece um bicho do mato. Well, nevermind.
Mais 30 minutos no chove não molha.
Quando, de repente, tudo para. "Putz, não acredito! Engarrafamento a essa hora? Droga!"
Olho pela janela e não vejo nenhum engarrafamento.
"Caramba! O que será que está acontecendo? Que saco!"_penso alto.
"Deve ser alguma confusão. Parece que é ali naquela delegacia, olha só"_ele responde.
"Ah, o rapaz se comunicou, não é? Vou usar isso a meu favor!"_arquitetava um plano "maligno", afinal de contas, teria que achar algo de positivo em ficar parada no mesmo lugar por mais de não sei quantos minutos.
Essa foi a deixa. A conversa depois comeu solta.
"Será que foi assalto?", "Tomara que não comece o tiroteio!", "Tenho uma tradução pra entregar", "Tô morrendo de fome", "Você faz o quê?", "Sou advogado", "Ah, imaginei, você tá de terno...", "Sou professora de inglês", "Qual o seu nome?", "Quantos anos você tem?" "23, 27", "Blá, blá, blá...", "Vai saltar aonde?", "Você tem e-mail?"
No dia seguinte, lá estava um e-mail na minha caixa postal. Falando como tinha sido legal me conhecer etc e tal. Começamos a trocar mensagens eletrônicas, depois telefonemas.
Conversávamos sobre música, filmes de terror, essas coisas...
Quando ele me falou sobre sua família, senti um gelo na espinha, afinal de contas ele era filho único de mãe solteira e isso não costuma dar em boa coisa. Não é preconceito, é constatação! De qualquer forma, não deixei que isso me impedisse de fazer nada.
Depois de muita conversa fiada, decidimos finalmente marcar algo de fato. Cinema.
O primeiro Homem-Aranha tinha acabado de estrear e, como ambos gostávamos de super-heróis, não poderia haver melhor escolha.
Era um sábado chuvoso. Muito chuvoso.
Todas as minhas amigas iriam para a Lapa, como sempre fazíamos. Eu iria ao cinema. Acompanhada. Oba!
Ele não tinha carro, nem eu. Decidimos nos encontrar no ponto do ônibus que ia para a Barra da Tijuca, onde ficava o cinema.
Estava toda arrumada. Do meu jeito, mas toda “nos trinques”, como dizia minha avó.
A gente deve caprichar no primeiro encontro, pelo menos pra causar uma bela impressão, é o que sempre achei.
Por acaso encontrei a turma da boêmia na rua quando rumava ao meu encontro. Todos elogiavam e eu estava toda empolgada, animadíssima.
E eis que ao chegar ao ponto, vejo um ser totalmente diferente do que tinha visto no ônibus. Ele vestia uma camisa cor de goiaba com as mangas longas dobradas até a altura dos cotovelos “desde Miami Vice não via isso” _ pensei, calça comprida de cor estranha que não sei definir e um par de tênis pra lá de esquisitos. Tive a nítida impressão de que ele havia sido vestido pela avó. Sem brincadeira. E eu lá toda estilosa.
Humpf!
Me deu vontade de inventar que estava com dor de barriga e dar meia volta, mas achei que estava sendo muito crítica com o rapaz e decidi dar um chance. Quem sabe isso seria o único problema, não é?
Entramos no ônibus. Sentamos. Começamos a jogar conversa fora.
O ônibus dá uma freada mais brusca e seguro o ferro do assento. Ele olha pras minhas mãos: “Nossa! Você tem mãos muito bonitas”.
"Ah, obrigado"_respondi.
"E você fez as unhas, pois quando nos conhecemos também tinha observado suas mãos e as tinha achado bonitas, mas as unhas não estavam cuticuladas!"
"Hum"_respondi. "Como assim, um homem dizer cuticuladas?????"_pensei.
"Sabe, a minha mãe também faz as minhas unhas!"_ele disse.
"Sério?"_indaguei, quase gargalhando. "Mas hein?"_pensei, enquanto imaginava todas as outras coisas que a mãe dele deveria fazer com ele e para ele. Argh!
De repente, ele começa a mexer no bolso da camisa, tentando tirar algo de dentro dele. Imaginei: bala, chiclete, amendoim, moeda e uma série de coisas.
Como um mágico, ele tira um saco plástico de mercado do bolso e enfia nele os guarda-chuvas, que estavam encharcados.
"Pra quê o saco?"_questionei.
"Nossos guarda-chuvas estão molhados e vão ficar pingando na gente."
"Ah, tá."_tive preguiça de argumentar.
Daí em diante, eu não conseguia pensar em mais nada além de "como eu faço pra convencê-lo a tirar os guarda-chuvas do saco?". Eu não podia suportar a ideia de entrar no cinema com um homem vestido a la Miami Vice carregando um saco de mercado com dois guarda-chuvas encharcados cheirando a mofo. Não podia!
Por mais de cinco minutos ele falava, falava, mas eu nada ouvia. Parecia até a professora do Charlie Brown: "Bláblábláblá..."
Tive um insight, inspiração divina: "Olha só, a chuva já parou. Você não acha melhor tirar os guarda-chuvas do saco pra que eles possam secar ao vento? A janela está aberta!"
"Poxa, ótima ideia!"_ele dizia, celebrando de maneira boboca, com o punho cerrado.
Mas pelo menos tirou os guarda-chuvas do saco. Graças a Deus!
Nesse momento eu já estava arrependida de ter topado sair com ele e só pensava nas tantas outras coisas que eu poderia estar fazendo naquele exato momento que seriam mais divertidas que isso. Tais como: bingo beneficiente, almoço dançante, final de campeonato de xadrex, etc, etc e etc.
Depois de mais alguns minutos, chegamos ao cinema e fomos direto pra fila comprar os ingressos. "Espero que ele pague, afinal de contas é o mínimo que ele pode fazer pra amenizar essa situação."_pensava enquanto fingia que não achava a carteira dentro da bolsa, procurando, procurando...
"Deixa que eu pago!"_falou.
"Uhum!"_disse. "Oba!"_pensei.
Depois dos ingressos pagos, fomos pra fila da sala do cinema. Acho que na nossa frente só havia 3 ou 4 pessoas. Estávamos muito bem posicionados.
Daí, comecei a sentir um frio na espinha ao imaginar que ele poderia tentar me beijar no cinema. Decidi usar uma tática que na época me era muito comum: falar mal de mim mesma. Tudo que ele perguntava eu respondia de forma a me depreciar. Disse que tinha problemas com bebida, cigarro, drogas e por aí vai. E pra tudo que eu dizia, ele respondia: "Jura? Nossa, você é realmente diferente de tudo que eu já vi, muito bom ter conhecido você e blá, blá, blá."
Quando a sala foi liberada e as pessoas começaram a entrar, qual não foi o meu espanto ao ver aquele ser correndo alucinado na frente, me deixando pra trás, sem dó nem piedade. Eu andava até mais devagar de tão pasma que estava, não conseguia acreditar no que via.
Ele lá em cima e eu ainda me direcionando à escada rolante. Quando vi essa cena, comecei a gargalhar, surreal demais pra minha cabeça... Quando ele ouviu as minhas risadas, parou e se mancou do que estava fazendo, me esperando.
"Ah, desculpa, é que eu queria sentar no melhor lugar da sala, afinal de contas, é o Homem-Aranha!"_com aquela cara de quem estava dando uma desculpa esfarrapada.
"Melhor lugar é algo bem relativo, você não acha?"_o coitado nem percebeu a ironia na minha resposta.
A sala do cinema nem estava tão cheia, mas quando entramos ele fez um bico enorme e disse: "Droga! Agora meu lugar já está ocupado!"
"Bom, eu vou sentar aqui, se quiser, pode sentar em outro lugar!"_naquela altura do campeonato eu já estava perdendo o bom-humor.
Mais uma vez, ele tardiamente se mancou e se sentou bem calminho do meu lado.
"Olha, eu ouvi falar que vão passar o trailer do Hulk, se passar de fato, não vou aguentar, eu vou gritar!"_ele disse, ao mesmo tempo que, extremamente excitado, se sacudia na cadeira.
"Se você gritar, acho bom você gritar olhando pra lá, pra não gritar no meu ouvido!"_engrossei.
"Eu só disse por dizer..."_todo constrangido da besteira que tinha falado.
Aí, o bicho pegou. Ele começou com aquele papinho meio romântico, pegou na minha mão: "Nossa! Você não faz ideia do quanto foi bom conhecer você, uma pessoa assim, assim, assado..." e começou a destrinchar uma série de elogios à minha pessoa.
E eu só pensava: "Ferrou, ferrou, ferrou!!!! Ele vai tentar me beijar! PQP!"
Quando de repente, surtei e gritei: PIPOCA!
"O quê?"_não entendendo nada.
"Pipoca! Vou comprar pipoca!" e saí desembestada, suando frio.
Voltei com o maior saco de pipoca que vi no meu caminho, mega-ultra-giga-gama-pipocão e um guaraná tamanho jumbo! Tinha que manter minha boca entupida durante duas horas, compreensível, não?
"Caramba, que pipocão!"
"É, eu a-d-o-r-o pipoca!"_cinicamente respondi.
Durante os trailers, ele continuou a tecer seu rosário de elogios. Tentava pegar na minha mão e tudo o mais. Só que agora eu já estava prevenida e sempre respondia com a boca lotada de pipoca: "Obrigada!". Contrariando tudo o que as mães ensinam pra gente a vida inteira, lá estava eu falando com a boca cheia. Cheia não! Minha boca mais parecia o metrô na hora do rush de tanta pipoca!
Apagaram-se as luzes e finalmente o filme começou.
Sussurrei pra ele: "Bom filme pra você!". Era minha maneira de dizer: "Por favor, não fale comigo pelas próximas duas horas da minha vida!"
Quando a sessão acabou, nem sabia direito o que falar pra criatura que ali estava.
Saindo da sala de exibição, passamos por uma cervejaria. "Você gosta de cerveja?"_ele perguntou. "Mais ou menos, gosto mesmo é de vinho!"_respondi, forçando simpatia.
"Ah, é? Poxa, de vez em quando minha mãe abre uma garrafa de vinho e nós dois bebemos inteirinha!"_ele contava animado. "Uhum!" _ respondi. "Meu Deus do Céu! O que mais que essa mãe deve fazer com esse cidadão?"_me perguntei, um tanto quanto enojada pelas coisas horrendas que minha imaginação projetava. Eca!
Por educação e sem o mínimo ânimo, perguntei ao rapaz: "Você vai querer comer alguma coisa?", "Ah, não, já são sete e meia da noite e eu não avisei à minha mãe que ia chegar tarde em casa. É perigoso!"
"Caraca! Um homem de 27 anos tem hora pra chegar em casa?"_fiquei chocada.
E de novo os pensamentos nojentos dele com a mãe tomaram conta da minha mente. Socorro!
Voltamos pra casa e ele me deixou no portão.
Entrei e fiquei zapeando pelos canais da TV. Depois de horas, minha irmã chegando da bagunça, perguntou: "E aí, como foi o encontro?"
Ao que respondi: "Ih, é uma longa história, depois te conto."
Fui dormir rindo de mim mesma e da situação esdrúxula que tinha acabado de vivenciar.
No dia seguinte, um e-mail da criatura: "Sei que fui uma péssima companhia, gostaria que você pudesse me dar uma chance pra me redimir."
Nem respondi. Nunca gostei de perder tempo.
O mais triste de tudo isso é que fiquei zangada com o Homem-Aranha por um bom tempo. Não me pergunte porquê.
Essas coisas só acontecem comigo.
Postado por
Rosele
às
19:32
sábado, 19 de janeiro de 2013
Janis e Eu
Os artistas não têm mesmo noção da influência que têm sobre as pessoas e do quanto podem fazer vidas mudarem por aí... E talvez seja melhor assim mesmo; que nunca saibam...
Minha história com Janis começou quando eu tinha uns 10 anos de idade e a ouvi cantando em algum lugar. Não lembro se foi num filme ou num programa de TV, mas lembro do efeito instantâneo que teve em mim. Fiquei apaixonada por aquela voz rascante e selvagem e quis saber mais.
Eu comecei a pesquisar sobre essa mulher, comecei a gastar todo o dinheirinho que recebia em discos. Era de se estranhar que uma criança de 10 anos gastasse seus trocados com isso, mas como eu era um menina de hábitos solitários, não causava muita estanheza nos meus pais. Já estavam acostumados e às vezes até partilhavam comigo meus momentos musicais...
Aos 11 anos minha mãe me deu minha primeira camisa de rock. É claro que era da Janis! E eu fiquei tão vaidosa que mal cabia em mim, a usando repetidas vezes.
Fui crescendo e a paixão continuava ali, no peito.
E a adolescência foi desse mesmo jeito, comecei a vestir roupas de hippie e comprei óculos de aro redondo. Até ganhei o apelido de "Janis" pelos meus colegas da escola. E passei a assinar todas as minhas coisas assim.
Janis Joplin me abriu os ouvidos. A partir dela passei a ouvir tudo o que eu ouço até hoje. Por isso, a chamo de musa maior, ou musa número 1. Serei eternamente grata!
Hoje já estou na casa dos 30 anos e já não tenho mais as bobices de adolescente, já não me visto mais de hippie, meus óculos de aro redondo enferrujaram completamente, minha camisa encolheu...
Mas ainda sinto o mesmo frio na barriga quando a escuto cantar, a mesma vontade de fechar os olhos e toda a nostalgia que ela me traz...
Se você estivesse viva, hoje seria seu aniversário, mas como um verdadeiro artista nunca morre, eu posso dizer bem alto: Feliz aniversário, Janis Joplin!
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Don't Give Up
Tenho pensado nessa música diariamente, tem tomado conta da minha mente desde a hora em que eu acordo.
Repito incessantemente como um mantra, uma prece...
Não podemos desistir da vida, dos sonhos, do amor...
Felizes aqueles que têm com quem dividir seus medos, suas incertezas, seus sustos e surtos...
In this proud land we grew up strong
We were wanted all along
I was taught to fight, taught to win
I never thought I could fail
No fight left or so it seems
I am a man whose dreams have all deserted
I've changed my face, I've changed my name
But no one wants you when you lose
Don't give up
'cos you have friends
Don't give up
You're not beaten yet
Don't give up
I know you can make it good
Though I saw it all around
Never thought I could be affected
Thought that we'd be the last to go
It is so strange the way things turn
Drove the night toward my home
The place that I was born, on the lakeside
As daylight broke, I saw the earth
The trees had burned down to the ground
Don't give up
You still have us
Don't give up
We don't need much of anything
Don't give up
'cause somewhere there's a place
Where we belong
Rest your head
You worry too much
It's going to be alright
When times get rough
You can fall back on us
Don't give up
Please don't give up
'got to walk out of here
I can't take anymore
Going to stand on that bridge
Keep my eyes down below
Whatever may come
And whatever may go
That river's flowing
That river's flowing
Moved on to another town
Tried hard to settle down
For every job, so many men
So many men no-one needs
Don't give up
'cause you have friends
Don't give up
You're not the only one
Don't give up
No reason to be ashamed
Don't give up
You still have us
Don't give up now
We're proud of who you are
Don't give up
You know it's never been easy
Don't give up
'cause I believe there's the a place
There's a place where we belong
'cause somewhere there's a place where we belong...
Repito incessantemente como um mantra, uma prece...
Não podemos desistir da vida, dos sonhos, do amor...
Felizes aqueles que têm com quem dividir seus medos, suas incertezas, seus sustos e surtos...
In this proud land we grew up strong
We were wanted all along
I was taught to fight, taught to win
I never thought I could fail
No fight left or so it seems
I am a man whose dreams have all deserted
I've changed my face, I've changed my name
But no one wants you when you lose
Don't give up
'cos you have friends
Don't give up
You're not beaten yet
Don't give up
I know you can make it good
Though I saw it all around
Never thought I could be affected
Thought that we'd be the last to go
It is so strange the way things turn
Drove the night toward my home
The place that I was born, on the lakeside
As daylight broke, I saw the earth
The trees had burned down to the ground
Don't give up
You still have us
Don't give up
We don't need much of anything
Don't give up
'cause somewhere there's a place
Where we belong
Rest your head
You worry too much
It's going to be alright
When times get rough
You can fall back on us
Don't give up
Please don't give up
'got to walk out of here
I can't take anymore
Going to stand on that bridge
Keep my eyes down below
Whatever may come
And whatever may go
That river's flowing
That river's flowing
Moved on to another town
Tried hard to settle down
For every job, so many men
So many men no-one needs
Don't give up
'cause you have friends
Don't give up
You're not the only one
Don't give up
No reason to be ashamed
Don't give up
You still have us
Don't give up now
We're proud of who you are
Don't give up
You know it's never been easy
Don't give up
'cause I believe there's the a place
There's a place where we belong
'cause somewhere there's a place where we belong...
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Rosele
às
19:36
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Childe Harold's Pilgrimage
canto iii estrofe 113
...I have not loved the world, nor the world me;
I have not flattered its rank breath, nor bow'd
To its idolatries a patient knee,
Nor coin'd my cheek to smiles, nor cried aloud
In worship of an echo; in the crowd
They could not deem me one of such; I stood
Among them, but not of them; in a shroud
Of thoughts which were not their thoughts, and still could,
Had I not filed my mind, which thus itself subdued.
Belo trecho de Lord Byron
...I have not loved the world, nor the world me;
I have not flattered its rank breath, nor bow'd
To its idolatries a patient knee,
Nor coin'd my cheek to smiles, nor cried aloud
In worship of an echo; in the crowd
They could not deem me one of such; I stood
Among them, but not of them; in a shroud
Of thoughts which were not their thoughts, and still could,
Had I not filed my mind, which thus itself subdued.
Belo trecho de Lord Byron
terça-feira, 24 de maio de 2011
Memória Afetiva
Às vezes me espanto com o jeito que as memórias esquecidas voltam a aparecer...
Estava eu voltando pra casa depois de um dia super cansativo quando vejo uma cena que me chamou a atenção...
Um pai sentado no banco do metrô com sua filha de uns seis anos aninhada em seu colo enquanto lia seu gibi.
Não conseguia parar de olhar, pois presenciava um momento de imensa ternura...
Em fração de segundos me lembrei de meu pai e de alguns momentos de minha infância.
Lembrei que eu costumava chegar da escola, tomava meu banho, jantava, colocava minha chupeta na boca e corria pro colo dele. Lembrei do quanto eu adorava ficar aninhada em seu colo murmurando uma canção até adormecer...
Que saudade que me deu!
Que saudade me deu daquele tempo em que todos os problemas eram resolvidos assim: no colo do meu papai!
Que saudade me deu do aconchego diário da infância!
Que saudade me deu daquela certeza de proteção e defesa que eu sentia...
Comecei a chorar no metrô. Não deu pra segurar...Vim chorando pra casa e a primeira coisa que fiz ao chegar foi ligar pra ele...
A gente cresce. Sai de casa. Forma a própria família. Mas no fundo a gente vai ser sempre criança. Criança procurando por proteção e aconchego.
Hoje vou dormir feliz! Meu coração ficou inundado de ternura!
Parafraseando uma frase dos Simpsons: "No little girl can be happy without her daddy..."
Estava eu voltando pra casa depois de um dia super cansativo quando vejo uma cena que me chamou a atenção...
Um pai sentado no banco do metrô com sua filha de uns seis anos aninhada em seu colo enquanto lia seu gibi.
Não conseguia parar de olhar, pois presenciava um momento de imensa ternura...
Em fração de segundos me lembrei de meu pai e de alguns momentos de minha infância.
Lembrei que eu costumava chegar da escola, tomava meu banho, jantava, colocava minha chupeta na boca e corria pro colo dele. Lembrei do quanto eu adorava ficar aninhada em seu colo murmurando uma canção até adormecer...
Que saudade que me deu!
Que saudade me deu daquele tempo em que todos os problemas eram resolvidos assim: no colo do meu papai!
Que saudade me deu do aconchego diário da infância!
Que saudade me deu daquela certeza de proteção e defesa que eu sentia...
Comecei a chorar no metrô. Não deu pra segurar...Vim chorando pra casa e a primeira coisa que fiz ao chegar foi ligar pra ele...
A gente cresce. Sai de casa. Forma a própria família. Mas no fundo a gente vai ser sempre criança. Criança procurando por proteção e aconchego.
Hoje vou dormir feliz! Meu coração ficou inundado de ternura!
Parafraseando uma frase dos Simpsons: "No little girl can be happy without her daddy..."
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Rosele
às
20:15
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