Quando eu era mais nova, não sonhava com o casamento. E quando digo casamento, me refiro a casar de véu e grinalda ao som da marcha nupcial. Nunca sonhei com uma cerimônia nos moldes tradicionais, tanto que quando chegou a minha hora, não fiz assim.
Meu sonho mesmo era encontrar alguém pra dividir a vida. Dividir a vida até o final.
Como meus pais fizeram...
Hoje, dia 20 de março, meus pais celebrariam 38 anos de casamento. E, para mim, eles sempre foram exemplo de união, companheirismo, comprometimento, cumplicidade e amor.
Naquele dia de começo de outono, a baiana séria, sempre na dela, discreta e de poucas palavras se unia ao português simpático, gentil e passional. E apesar de todas as diferenças e das dificuldades, ficaram juntos até o final.
Quando eu observava meu pai e o jeito com que ele tratava minha mãe, especialmente nos últimos anos, eu só pensava que gostaria de alguém que cuidasse de mim com o mesmo zelo e dedicação. Às vezes, me emocionava ao ver meu pai aprendendo a cozinhar porque minha mãe tinha perdido o movimento das mãos, por exemplo.
Mamãe não está mais no meio da gente. Há dois meses, ela partiu e nos deixou aqui com essa saudade doída e agoniada.
E hoje, que costumava ser um dia feliz e de comemoração, é um dia triste e pesado.
Até o ano passado, eu ligava para parabenizá-los. Hoje, ligarei para consolar meu pai, que perdeu a mulher que ele amava...
quinta-feira, 20 de março de 2014
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