Ler Florbela Espanca me enche o coração de doce melancolia. Me emociono profundamente cada vez que novamente leio suas poesias. Ela parece conhecer-me intimamente e é uma grande fonte inspiradora.
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(...) Vou descrever-lhe desde já o meu péssimo caráter: sou triste, imensamente triste, duma tristeza amarga e doentia que a mim própria me faz rir às vezes. É só disto que eu rio, e aqui tem V. Exa. no meu caráter uma sombra negra, enorme, medonha: a hipocrisia!... Porque eu pareço alegre e toda a gente gaba a minha... alegria! (...). Mas ainda este é o primeiro defeito; o segundo, e para o mundo virtuoso e prático é simplesmente horrível, é o sonhar, sonhar muito, olhar muito além, para longe de todos os que cantam, os que falam, os que riem!... Tenho dias em que todas as pessoas me dão a impressão de pequeninas figuras de papel sem expressão, sem vida.
(Trecho de carta de Florbela Espanca)
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